hoje, às 08:35 da manhã, vi um copo sobre a mesa.
a mesa não me lembrou nada
(lembou-me você, meu amor, que é nada e o oposto de nada).
o copo me lembrou uma certa filosofia tao
que tal como outras
orientações
voa baixo - sem roçar - pelo entorno
do vidro ou do plástico ou da porcelana ou da pedra ou do barro
do copo
e toca no nada
no nada fora e
no nada dentro
do copo.
nada fora do copo estamos o mundo
nada dentro do copo está
o ser-copo, o copear,
nada dentro do copo onde e de onde se entornam
ou habitam, ou vivem
águas, cafés, leites, sucos, cervejas e champanhes
e nós, o mundo, sorvemos
de dentro (do copo) pra dentro (do mundo)
águas, cafés, leites, sucos, cervejas e champanhes.
nós, cá fora, nós, o mundo,
também somos copo
também copeamos
e ao copo voltaremos
quando a sede implora sorvermos, entornarmos, habitarmos e vivermos.
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