sábado, julho 14, 2012

Céu pretos




Que é a vida convivida?
Eu ainda não provei.
Eu ainda não sei o que é ser, com outro ser,
o dou, o sobrar e o sabor.

O que é a saudade, se ela só se rola e enrola
como um canivete de mola,
de que se sente o fio frio logo a navalha é aberta,
e guardada nem fere, nem toca, nem corta?

De que vale amar o amar demais do mesmo?
De que serve a cisma, o firme, o vício?
De quantos paus dispor preciso
dos quais meu um é a encolhida fonte?  

Quantos dias preciso entregar
ao futuro que os dias por vir me deve?
Quantas noites o sorriso me há de roubar
a verdade alegre que a boca não quer
não pode
nem deve
me contar?

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