e
quando da minha e da sua janela abertas
olhávamos
e
quando do seu e do meu ouvido aber
tocamo-nos
elas
então flutuarão entre o seu pensamento e o meu
e
engolimos as plumas dos dentes-de-leão
e
elas fariam cócegas em nossas bocas
e
cuspíamos rindo, de boca em boca
e
engasgáramos
intoxicados
de
bastas plumas
e
onde aspirávamos odores de espaços que tão mais cheios
de
cheiros são quanto mais ausentes de nós sentimo-nos
e
despiremo-nos de choques
e
contornávamos os toques
e
atiráramos um olhar ao outro
e
acertamos um tiro à roupa
e
morreremos
como
morreríamos
como
morrêramos
como
morríamos
como
morrem todos aqueles
e
só aqueles
que
irão se encostar pela primeira vez
que
irão se encontrar pela primeira vez
da
minha e da sua janela abertas
.