terça-feira, julho 12, 2011

durma com mais do mesmo


eu cubro e descubro que
estou feliz
neste momento,
“agora” como se diz
por amor demais
eu juro e conjecturo que
demais, aliás,
neste momento,
não é nada mais que bom
mas justamente demais
um demais certo
um demais incisivo
um demais na mosca
menos que um a mais
que um mais ao ponto
como se um eu tonto
ao desequilibrar-se
caísse
quando pequeno numa poção máxima
tal um obetix (um ofelix)
um mix:
de quem ama com o meu amor
desse meu amor quem eu amo
por demais.

e ademais, não sou uma aldeia gaulesa
nem sou irredutível:
se ver é amar a si mesmo
eu vejo ela
e sou invisível.

no mais, não resisto feliz a tropas invasoras
nem meus licores são protetores
o que amo torno sólido
eu bebo ela
e sou gozoso.

mais de que isso, amais.



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domingo, julho 10, 2011

marca




a marca no corpo é pra sempre
a marca é infinita
e dita a marcha no corpo
que o corpo finito
e acaba o corpo no grito

marco nas costas meu canto
cravo na frente o meu pranto

em cada qualquer canto
em cada canteiro da vida
em cada poste ou muro ou me planto
ou estrada que para pra sempre
meu corpo finito

eu morro

eu marco meu corpo de todo amor nessa vida
de toda irmã, mãe ou irmão que me chora
me marco e o meu corpo é agora

me marco mais novo
me marco de novo
eu passo da marca
e eu passo pra outra

eu morro e me marco pra vida.


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