quarta-feira, dezembro 07, 2011

artnam


da terra,
torna o girassol astro diurno
torna um deus assim
gera agora a fera a madressilva
gera o adeus fatal
da água,
molham dois anfíbios quatro vidas
molham dois de si
foge hipopótamo sob o rio
foge à falta sede
do ar,
cheira o rinoceronte esses cornos
cheira o medo ao vento
alça o pterodáctil o dedo aos céus
alça os dados seus
lança os dardos seus
ouço os cantos seus
de sirenídea bidialogando
de solanácea dibiologando
longo, longe e piano
como se ao longe o canto sumisse
como se a floresta desfolhasse
como se a folhesta deflorasse
tal qual tivesse pra sempre sido
lar hirsuto de um bestiário mítico
a miragem, a gesta, faunesta
preda toda panthera esses nós
preda todos nós
semeia gimnosperma nuinha
semeia tu minha
como se fitasse
como fosse fita
como se só zôo
como se só zinho

.

domingo, dezembro 04, 2011

ao mérito


o beijo é
os abraços são
da sua boca vem
o sorriso,
a vida
e a terra.

a cidade tem
o amor, também
o espaço sai
de fora
e entra
dentro.

a saudade traz
o perdão cai
a calma pousa
às vezes,
aos poucos,
sempre.

o ajuntar,
o desculpar,
o sossegar.
merecem
nosso
amor

.