sábado, setembro 24, 2011

mais lenha na fogueira


pequenininho, 
pequenininho,
me sinto tanto ao
estar bem pertinho
da sua forte imensidão

balançando, eu
eu balouçando,
e você é tão firme, menina!
me dá seu apoio?
me dá sua razão?

subo nas pontas dos pés
para vê-la melhor
piso nos seus
aos seus pés
ao seu pão

valquíria, helena,
cigana e tão bela
iansã de bela morena melena
buraco na terra
abrigo no chão

me acolhe, me cobre,
me envolve em seu manto
que é tanto e tão
quente
que é mãe a sua mão

me balança, baloiça
do seu berço peninsular
tesa esse arco, solta essa flecha
três amor trespassa
o meu coração

suas mãos suadas me empapam
me chovem
mergulho na lagoinha
que ocê, pequena,
faz inundação

menina:
a palavra solta
de sua voz é firme
a energia pouca
no seu pulso brilha

menina:
a ideia mais louca
se sai da sua boca
transforma-se em guia
da transformação

menina sabida:
a enciclopédia da vida
é um versículo breve
é o tomo mais leve
de um livro seu

chinês ideograma, alfabeto cananeu
a mais completa lista
de mil e um califas
é só a serifa
da última letra do nome seu

pequenino, pequenininho.
vertigem que eu sinto
cada vez que eu monto
seu monte e vejo
a mim mesmo à beira

fico nas pontas dos pés e não te vejo
toda, inteira
que falta me faz não te ver inteira?
nenhuma. que só uma sua parte
me já é parteira.



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