sexta-feira, abril 15, 2011

agora não, sempre sim


deus fez o mundo no agora
quando fez o mundo
e é doce a promessa do logo
se és deus não careces de um fim

é o prazer imediato
é comer e lavar o prato
é dizer e entender o ato
é imerso
é perto
e vívido
o agir convivido do agora
no calor impreciso da hora

também tenho tido
em amores passados
o ardor do não-esperar
de querer e de pronto provar
de sofrer
de esperar
de explodir
quando a corda que prende o desejo
arrebenta e recolhe o não-beijo

aprendo um amor distinto
exatamente
agora

é o amor do querer outra coisa
mais palpável que aqui exquisito
como fosse re-divino
não comer carne em semana santa
e passar hambriento
a primeira sexta feira da paixão

e passar saciado
o eterno retorno
da amada
e o ocaso
do não

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