por descuido,
deixei minha janela
Aberta
ontem de noite.
de madrugada,
entrou por essa
janela
uma pluma.
linda, suave.
penugem violeta no
flanco.
duas gemas verdes no
topo.
uma fruta vermelha no
rosto.
dizeres negros
tatuados no raque.
bárbulas loiras,
cantantes:
- uma pintura!
(se visto eu
tivesse A pluma)
cega, celíaca, miálgica.
biplumar pluma.
(se visto eu
tivesse A pluma)
eu dormia,
lera umas prosas
noturnas de mistério policial,
talvez montalbano
ou maigret, ou o poirot.
(ou um livro de
contos de doyle
sobre o Além e o horror)
e entorpecera, desnudo.
na cama.
A pluma entra em
meu quarto,
roça meu rosto,
revoa em meu peito.
e pousa em meu pinto
triste, Amolecido. Adormecido.
pela manhã Acordo,
e não há pluma
nem nada.
só meu pinto riste,
Amanhecido. e Aprumado.
e melado me conta
As Aventuras dum Aplumando
descuido.
.
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