domingo, setembro 11, 2011

Um e Um


é frio e quente
é claro que é escuro
é luz assombrada e é a noite espetada de estrelas luzentes
é forte e é fraco
é o cume e o buraco
é o lado de lá do de cá
é doce e azedo (e amargo ou picante o tempero é o melhor que houve e haverá)

dez em um, cem por um,
mil e uma desnoites e ainda quem manda no mundo é o amor: Um e Um

diferente e igual
ansiosa e vestal
ciumento e carnal
generosa e fatal
amoroso e animal
(toda calma é pontual, toda paz é urgente e o início, final)
temerosa e brutal

um e um é pra ser tudo isso e etcétera e tal

se o amor é barroco não é culpa da roxa e verde inconstante maré
(o amar é o que é)

um diz sim um diz não e o sempre dizer complementa um a um
um diz tudo outro nada e entre um e outro um
há o que nasce daí
há o que cresce daí
(e se não, e daí?)

se Um só fosse o deus esse encontro haveria de quê
demasiado agradecer
uma a uma minha torres de gêmeos
sucumbindo
e se desmanchando
e desemonstrando
desvirginando-se e
se manchando de graça e de amor e loucura
um dia madura, um dia pirraça
e eu acho graça (você acha graça)
e não resta senão
agradecer
o que um e um me coube - graças a todos os deuses - com você viver

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