quinta-feira, julho 07, 2011

Àdùké Ọşẹ


Cria entre os mamíferos
Cria entre toda a carnivoria
Cria de ventre felino
Semente, semente, de estranha alforria
Cria Panthera no mundo
De garras que prendem o coração do mundo 
Leoa prenhe do próprio amor e vontade
Leoa escrava da própria divindade
Leoa das deusas de berços ateus,
Na língua de Cristo:
Leoa de deus.

Senhora das multidões do Livro de Isaías
Branca godiva,
Favorito cavalo de Sylvia
A que nasceu em ser rainha
De um coração todo
De um coração mágico
De um coração anjo de tempestade
Próspera criança, estrela anã
Pesadelo do hipócrita Ocidente
Amiga mais próxima de Calibã.

Àdùké, àdùké, amada
beloved one
Limpa da voz pulsante
Caixas de sabão ọşẹ
em pós desencaixantes
Limpa a garganta da voz pulsante
Sereia da voz sedante
Filhinha amante
Àdùké Ọşẹ, Ariel é ocê
Trix, trix, callithrix
Vem pro meu galho, triquinha
E balança pelo rabo no galho vizinho da tua matrix
Traz teus macaquinhos, triquinha
E fode a vida que a vida é tua.

Ariel wéré, wéré o
Fez jùjú em mim, faz jùjú em nós
Refaz esse mundo cansado de òyìnbó.


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