é no mundo dos dizeres (da linguagem, da vida e dos seres)
uma forma grega primeira, que é desse povo as verdades
helenicamente torcidas, tornadas primeiridades
nem a casa é primeiro grega, nem deles primeiro é o universo,
nem o presente é de grego e nem os dizeres são deles
o que heleniza a razão, que a faz presente e universal,
é o metafórico jogo, translado em língua do trigo ao joio
não foi à toa na vida, se a metáfora que me chamou,
tem a ver com a casa toda, ou com a sua construção
pois no fazer a morada, tijolo e areia não importam
gente é que muda a casa, e abre na casa uma porta
tem metáfora o grego “meta”, remetendo ao sobre tudo
tem metáfora o grego “fora”, que é o levar dum canto ao outro
transporta a dor a metáfora na palavra recolhida
e muda pela palavra abrindo a casa à alegria
metáfora hoje em dia, em grego moderno e vulgar,
é transportadora de móveis que move o habitar de lugar
mudam de casa as coisas sobre rodas de caminhão
já gente muda de casa em metaforicoração
metáfora hoje em dia, em grego moderno e vulgar,
é carrinho de bagagem desses que no aeroporto
levam as coisas nas malas sobre rodas no caminho.
e a gente num é a própria bagagem quando se deixa levar?
...
(“toda casa tem sua história” é o óbvio mais ululante
mas tem uma tal que é raro ouvir dizer por aí
que a metáfora “universo” ou “presente” para a casa
é só motivo de verso prum regalo que eu recebi)
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